IMAGINE NOSSO LUGAR

Esse será o nosso novo espaço par celebrações, mais amplo e bem localizado. Um lugar para você construir relacionamentos e ser feliz!

Igreja Batista em Bosque do Ipê

Nasce no solo fluminense mais uma igreja Batista, que tem por objetivo viver os Propósitos de Deus em Família. Site da igreja: www.ibbipe.com.br

Seu pastor e amigo!

Viver sozinho? Deus te fez para ser feliz e como pastor, quero ajudá-lo a conhecer Jesus e a esperança que ele dá.

NOVA SÉRIE DE MENSAGENS

Será um tempo de edificação, afim caminhamos em direção as grandes realizações. Venha e traga mais UM!.

Pequenos Grupos

Você vivendo igreja de um jeito família, através de encontros semanais para edificação e cuidado mútuo. Venha ser pastoreado com amor e dedicação!

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Neymar: "Deus me deu tudo: dom, sucesso..."




Neymar, estrela maior do Santos, é gastão. Mas dá 10% de tudo à igreja

Quando nasceu, Neymar ficou sem nome por quase uma semana. Indecisos, seus pais, Nadine e Neymar Santos, pensaram em "Mateus". "Mas minha mãe sugeriu botar Neymar para ver se um dia esse nome vingaria", conta o pai do garoto.Neymar pai jogou futebol em clubes pequenos, o que lhe rendeu o patrimônio de um terreno. Neymar filho, aos 17 anos, já comprou uma cobertura tríplex em Santos - com piscina, sauna e espaço gourmet dentro do apartamento. Uma jacuzzi com TV de plasma ocupa o banheiro de seu quarto. Lá, a nova e grande estrela do Santos vive há cinco meses com pai, mãe, irmã e um primo - que tenta a vida como jogador.
Neymar tem uma marcante passagem na infância que envolve molecagem, inveja e bolachas. Certa vez, ele e um grupo de amigos do clube foram a uma padaria e roubaram um pacote de biscoitos. Ao perceber, o então treinador Betinho fez o grupo voltar, pagar e pedir desculpas. O deslize rendeu. Um dos pais dos meninos envolvidos foi até o presidente do clube e disse: "Esse Neymar, que vocês ficam pajeando, é um ladrão". A história caiu como uma bomba nos ouvidos de Neymar pai, que só soube da história quando voltou à noite do CET, onde trabalhava como mecânico. "Todos estavam envolvidos, mas foram reclamar só do Juninho por pura inveja. Ele era o único a ganhar duas cestas-básicas em vez de uma."
Por falar em inveja, Neymar pai conta que desde pequeno o filho jogava com "fitinha de Jesus" na cabeça. "Minha mulher fazia questão, que era para protegê-lo. Mas chegaram até a chamá-lo de "mascarado". Quando foi para o Santos, teve que abandonar essa proteção."
Com ou sem faixa, Neymar, segundo seu pai, sempre foi e continua sendo um fiel contribuinte da Igreja Batista Peniel, de Sãio Vicente. Doa 10% de tudo o que ganha para lá. "O primeiro salarinho dele foi R$ 450. Fizemos esse primeiro contratinho dele no Santos e minha mulher pegava os R$ 45 e dava para igreja todo mês. OK, ainda sobravam uns R$ 400 para pagar as contas. Daí ele passou a ganhar R$ 800. Tá bom, doa R$ 80... Só que Deus começa a te provar, né? Pegamos R$ 400 mil. Caramba, meu, como vamos "dizimar" R$ 40 mil? É um carro! Cara, mas daí você pensa que Deus foi fiel. Pum, dá R$ 40 mil! Mas daí vieram "catapatapum" reais. Meu Deus, não quero nem saber, "dizima" logo isso! (risos). É... Deus te prova no pouco e no muito", suspira o patriarca da família Silva Santos. E o que pensa disso o jogador? Como revela na conversa que se segue, o dinheiro não lhe faz a menor falta.

Dói abrir mão de R$ 40 mil?
Para Deus, nada dói. E acho legal. A gente conhece bem o pastor da Peniel. Faz dez anos que estou lá e agora estão ampliando a igreja. Acho que se a gente acreditar em Deus, as coisas vêm naturalmente. Deus me deu tudo: dom, sucesso...
Falando nisso, qual é a parte chata de fazer sucesso?
Ah, não tem parte chata. Eu acho que é sempre legal.
Já foi vítima de racismo?
Nunca. Nem dentro e nem fora de campo. Até porque eu não sou preto, né?
O que gostaria de poder comprar que ainda não tem?
Queria um carrão.
Mas você acabou de comprar um Volvo XC-60, por R$ 140 mil, Não é um carrão?
Ah, é, mas queria uma Ferrari. Nunca andei.
Uma Ferrari ou um Porsche?
Não sei. Qual é melhor?
Não sei, também.
Ah, então eu queria um Porsche amarelo e uma Ferrari vermelha na garagem.

Sonia Racy, em O Estado de S.Paulo.
dica do Bruno Dias
imagem: internet

sexta-feira, 16 de abril de 2010

UM BRADO DE GARANTIA



Segunda mensagem da série "Os Brados da Cruz". Preparada para ser pregada na Congregação Batista em Bosque do Ipê em 11/04/2010

"Hoje você estará comigo no paraíso." - Lucas 23.43
Todos nós achamos difícil conversar com quem está à beira da morte, especialmente sobre a morte iminente. As enfermeiras contam que amigos e parentes adotam um código de silêncio, evitando falar no assunto sobre o qual o amigo moribundo gostaria de conversar.

Se fôssemos o centurião responsável pela crucificação, teríamos posto os dois ladrões próximos um do outro e Jesus mais afastado. O soldado romano provavelmente não tinha a menor idéia do motivo pelo qual ajeitara as cruzes naquela posição, mas estava cumprindo uma antiga profecia: "Ele [...] foi contado entre os transgressores" (Is 53.12). Deus decretou que ele, que era o mais santo, deveria morrer entre os mais profanos. Jesus não apenas morreu entre criminosos, mas foi considerado um deles, e nisso está a essência do Evangelho.

Queria demonstrar a intensidade da vergonha que seu Filho estava disposto a suportar. Não permita que ninguém diga que Deus se manteve fora da ruína de nosso mundo decadente. Ele desceu para que pudéssemos subir com ele em novidade de vida.

Aqui, encontramos segurança para os que estão morrendo de câncer nas enfermarias de hospitais e também esperança para o forte e para o saudável, que poderão um dia encontrar a morte de forma repentina. Aqui há esperança para o pior e maior dos pecadores.

Que dia teve aquele ladrão! Pela manhã, ele estava sendo, com justiça, crucificado. Ao anoitecer, foi recebido no Paraíso por Jesus!

1.     SUA SITUAÇÃO

A ficha desse homem mostra que se tratava de um criminoso profissional, um ladrão "osso duro de roer" que, de início, se juntou aos inimigos de Jesus para ridicularizá-lo: "Igualmente o insultavam os ladrões que haviam sido crucificados com ele" (Mt 27.44).

Esse homem não tinha nenhuma expectativa. Era muito tarde para um novo começo, muito tarde para esperar que suas boas ações sobrepujassem as más. No entanto, a impossibilidade não é uma maldição, se nos atrair para o único que pode nos ajudar. Na verdade, se não estivermos indefesos, não temos como ser salvos.

Lá na cruz, esse homem — que Deus o abençoe! — teve o coração transformado.

2.     SUA NOTÁVEL FÉ

E muito provável que o ladrão não tivesse visto Jesus até aquele dia. Quando os três homens foram pregados na cruz, ele pensou que Jesus fosse apenas outro criminoso. Quando as cruzes foram erguidas e fincadas nos buracos, o ladrão não tinha motivo algum para acreditar que se encontrava na presença da Majestade. O Gólgota era o lugar onde morriam os criminosos. Não era lugar para encontrar a Divindade.

O que o fez mudar de idéia? Podemos supor que, em primeiro lugar, ele ouviu Jesus orar: "Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo" (Lc 23.34). A oração penetrou em sua consciência, e ele percebeu a estupidez e a cegueira do próprio coração. Reconheceu que também precisava de perdão.

O ladrão pensou: "O que eles querem dizer com 'salvou os outros'?". Conforme a multidão ia repassando suas palavras e seus milagres, o criminoso começou a ponderar sobre a zombaria que fizera e começou a perceber que podia estar justamente na presença do Salvador. Era habitual escrever o crime do crucificado em uma placa para que os passantes pudessem ver o motivo da execução. Pilatos escreveu: "Este é o Rei dos Judeus" (Lc 23.38). Alguns protestaram: "Não escrevas 'O Rei dos Judeus', mas sim que esse homem se dizia rei dos judeus" (Jo 19.21). Mas Pilatos, em um raro enlevo de coragem, não mudou de opinião, e a placa foi posta no lugar.

Já na cruz, o ladrão pode ter lido a frase ou, mais provavelmente, tê-la ouvido em meio à zombaria. De qualquer forma, agora acreditava que Jesus era o Rei, pois implorou: "Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu Reino" (Lc 23.42; grifo do autor). Inacreditavelmente, Deus fez nascer a fé no coração daquele homem.

Pense nisso! Ele creu em um momento no qual Jesus estava aparentemente sem condições de salvar quem quer que fosse.

ILUSTRAÇÃO: Quando você precisa de salvação, não recorre a alguém na mesma situação. Quando você precisa de salvação, não recorre a alguém que esteja morrendo em desgraça. O bom senso nos diz que o Salvador deve estar acima do destino dos mortais.

E, apesar de tudo, o ladrão creu!Quando Jesus explicou aos seus discípulos que deveria ser crucificado, eles ficaram pasmados. E, naquele dia, até mesmo os que acreditavam nele tiveram dúvidas. Ao mesmo tempo em que o sangue escorria do corpo de Cristo, a fé escoava do coração de seus seguidores. Ainda assim, o ladrão creu!

O ladrão acreditou antes que as trevas caíssem sobre a terra, antes do terremoto e antes que o véu do Templo fosse rasgado em dois. Ele creu sem ter provas da ressurreição ou da ascensão de Jesus Cristo. Ele creu sem ver Jesus andar sobre as águas, alimentar multidões ou transformar água em vinho. Por mais improvável que fosse, ele creu.

Seu pedido foi modesto — "Lembra-te de mim" —, mas que honra seria ser lembrado por Deus.


3.     SEU MARAVILHOSO FUTURO

Jesus excedeu, e muito, as expectativas do ladrão arrependido. "Eu lhe garanto: Hoje você estará comigo no paraíso" (Lc 23.43).

A maior bênção para o cristão encontra-se no fato de que Deus nos chamou "à comunhão com seu Filho Jesus Cristo" (ICo 1.9). Inacreditavelmente, o ladrão recebeu a mesma promessa que os discípulos! Ele estava tão seguro nos braços de Jesus quanto estaria se tivesse servido ao Senhor desde a juventude.

O ladrão esteve com ele na condenação e, algumas horas mais tarde, estava com ele na eternidade. Se o Cristo agonizante pôde dar ao ladrão a promessa de salvação eterna, pense no que o Cristo vivo pode fazer!

Ø  Ele não fez uma parada no Purgatório, a caminho do Paraíso.
Ø  Ele não era batizado.
Ø  Ele não recebeu os últimos ritos da Eucaristia.
Ø  Ele não pediu à Maria, que estava em pé diante da cruz, ajuda para se aproximar de Jesus.

Para dar mais ênfase à promessa, Jesus iniciou com a frase "Eu lhe garanto". Suspenso em aparente desamparo, Jesus ainda controlava os portões do Paraíso. Ele tinha o poder de fazer promessas e julgar o culpado. Jesus jamais desempenhou o seu papel de Rei de forma tão autêntica quanto naquele momento.

4.     SUA FÉ É TESTADA

Coloquemo-nos na situação do ladrão que agonizava. Ele ouvira a promessa dos lábios de Jesus, porém mais tarde, ao meio-dia, as trevas se espalharam por toda a terra. Ele ouve o Salvador, que acabara de encontrar, bradar: "Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?" (Mt 27.46). Depois disso, ocorreu um terremoto, e as pedras se partiram ao meio. "Naquele momento, o véu do santuário rasgou-se em duas partes, de alto a baixo. A terra tremeu, e as rochas se partiram" (Mt 27.51).

Talvez, no fim, seu Salvador não o pudesse salvar! Como poderia conduzir pecadores à presença do próprio Deus, se este o havia abandonado? Como podia falar com autoridade sobre o céu, quando, aparentemente, não conseguia controlar o caos sobre a terra?

Com ou sem dúvidas, a promessa de Jesus ainda era válida. Ainda que a fé do ladrão houvesse desaparecido naquelas três horríveis horas, seu destino estava assegurado. Jesus havia falado, e isso era tudo que importava. "Quem crê no Filho tem a vida eterna; já quem rejeita o Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele" (Jo 3.36).

As confusões de seu estado mental não invalidavam a promessa de Jesus, e é sua promessa que vale.

Deixe que o ladrão desanime; que tenha receio; que venha a pensar que aquele em quem havia depositado sua fé não tinha como cumprir a promessa — isso não importa. Deus havia falado. Naquele dia, ele estaria com Jesus no Paraíso. E, quando ele escutou a oração final de Jesus — "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito" (Lc 23.46) —, sua fé foi indubitavelmente restaurada. O sofrimento agora era suportável, pois seu terrível dia logo teria um fim.

5.     LIÇÕES TRANSFORMADORAS

Lembremo-nos de que ambos os ladrões oraram, mas apenas um foi salvo. O outro ladrão disse: "Você não é o Cristo? Salve-se a si mesmo e a nós!" (Lc 23.39; arc). 

E se Jesus tivesse ouvido a oração dele e salvado a si mesmo e aos outros dois? Ele teria cancelado o plano de Deus e não poderia salvar ninguém mais. Jesus morreu para que o ladrão perdoado pudesse estar no Paraíso e para que você e eu possamos estar com ele no futuro.

Jesus foi contado com os transgressores, para que você e eu pudéssemos ser contados com os redimidos.
Embora fosse pessoalmente puro, foi considerado transgressor tanto por Deus quanto pelo homem. Ele sofreu o que não merecia, ou seja, o nosso pecado, e nós tivemos o que não merecíamos, ou seja, sua justiça. "Deus tornou pecado por nós aquele que não tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de Deus" (2Co5.21).

Os ladrões tiveram a mesma oportunidade. Mesmo assim, ambos estarão separados para sempre, cada um com seu destino. Mesmo enquanto você lê estas palavras, um está na presença de Deus, e o outro, em um lugar de isolamento, tristeza e terror. O que os separou não foi a intensidade do mal que praticaram nem o distanciamento que tinham de Cristo. Eles estão separados porque um pediu ajuda a Cristo, enquanto o outro o ridicularizou.

Todas as raças, nações e culturas estão divididas pela cruz. De um lado, estão os que crêem, do outro, os que optam por se justificar, determinados a entrar na presença de Deus por conta própria. O céu e o inferno não são lugares distantes, estão próximos de nós. Tudo depende de como nos comportamos com Jesus.

Por fim, caro leitor, hoje é o dia para crer em Cristo. Conheço pessoas que acreditam que algum dia também crerão, mas logo antes de morrer. No entanto, poucos, muito poucos são salvos nas últimas horas ou dias de vida na terra. 

Existem duas grandes razões para não perdemos tempo em aceitar a Cristo como nosso Redentor pessoal. Primeira: não sabemos a hora em que morreremos. Nem todos recebem aviso. Nem todos morrem de doenças terminais ou permanecem conscientes depois de um acidente de carro. Milhões de pessoas morrem de forma repentina, sem ter ao menos um minuto para pensar sobre seu relacionamento com Deus. Segunda: a maioria dos que rejeitam o Evangelho quando estão saudáveis continuará rejeitando quando chegar a hora da morte. Conforme ficamos mais velhos, ou nosso coração é atraído mais para perto de Cristo ou é impelido a se afastar mais e mais dele. É impossível permanecer neutro. O ladrão que não se arrependeu comprova essa teoria. Veja-o lá na cruz, sofrendo indizível agonia. Ele sabe que está a ponto de morrer. Seu amigo o ajudara a ter consciência de seus grandes pecados. E, ainda assim, por incrível que pareça, ele zomba de Jesus em seu último suspiro!

"Como escaparemos, se negligenciarmos tão grande salvação?" (Hb 2.3). 

Obviamente, não há escape. Já o ladrão arrependido nos dá a esperança que todos buscamos. Ele é a prova de que um ato de fé pode salvar até mesmo o pior dos pecadores. Na verdade, a questão não está no tamanho de nosso pecado, mas em nossa disposição para crer, a qual determina nosso destino.

José Ricardo Matos
Seu pastor e amigo!

Adaptado do Livro:
Os Brados Da Cruz - Erwin Lutzer (Editora Vida)

terça-feira, 6 de abril de 2010

UM BRADO POR PERDÃO


Primeira mensagem da série "Os Brados da Cruz". Preparada para ser pregada na Congregação Batista em Bosque do Ipê em 04/04/2010
Jesus disse: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo” - Lucas 23.34[i]

“Pode-se esperar dele algo além do desespero, de bramidos de dor? Do ponto de vista psicológico é humanamente impossível produzir pensamentos altruístas na cruz. Contudo, esse homem mais uma vez abala os alicerces da psicologia. Crucificado Ele foi poético, afetivo, profundo e solidário. O mestre da vida conseguiu ter reações que nem os mais nobres humanistas teriam quando estão em plena saúde. No ápice da dor física e emocional, produziu as mais belas poesias da solidariedade.” Augusto Cury[ii]


O perdão soa maravilhosamente aos ouvidos, até que tenhamos de perdoar. Como perdoar alguém que continua quebrando as promessas? Por que perdoar alguém que não pede o perdão? E por que deveria ser você a perdoar, quando você foi o ofendido? Deve você perdoar alguém determinado a destruí-lo?

Talvez não haja lugar semelhante à cruz, em que nossas dúvidas sobre o perdão são respondidas com tamanha clareza. O primeiro brado do Salvador foi por perdão para os inimigos.

Durante seu ministério, Jesus frequentemente perdoava os que necessitavam de misericórdia. "Filho, os seus pecados estão perdoados", disse Jesus ao paralítico (Mc 2.5). Suas declarações causavam uma avalanche de controvérsias, pois seus ouvintes sabiam que somente Deus podia perdoar pecados. Até mesmo o pecado cometido contra o semelhante é, em última análise, pecado contra Deus. Jesus explicou que possuía autoridade para perdoar pecados, porque detinha credenciais de divindade.

Na cruz, porém, não exerceu essa prerrogativa divina, mas pediu ao Pai que fizesse o que ele, Jesus, havia feito anteriormente. Sacrificado como o Cordeiro de Deus, recusou-se a assumir o papel de divindade. Ele, sem dúvida, era Deus, mas escolheu suspender seus direitos divinos. Identificou-se tão completamente conosco que, temporariamente, abriu mão de sua posição de autoridade. Ainda assim, seu coração preocupava-se com os que haviam instigado e cometido o maior crime da história. Ele orou para que o imperdoável fosse perdoado.

Em seu primeiro brado na cruz, Jesus chamou Deus de "Pai". E o faria novamente em seu último suspiro: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito" (Lc 23.46). Mas, em meio à agonia, bradou: "Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?" (Mc 15.34; grifo do autor). Naquele momento, o Filho sentiu em si todo o castigo de nossos pecados, e até mesmo o Pai retirou dele sua abençoada presença.

Ele podia chamar Deus de "Pai" enquanto era tratado injustamente. Quando a multidão chegou ao lugar chamado "Caveira" (Lc 23.33), a cruz foi deitada no chão, e ele foi posto sobre ela. Foi nesse momento que começou a oração. O texto grego registra que ele ficou repetindo: "Pai, perdoa-lhes..." (Lc 23.34). Embora preso injustamente e tendo sofrido danos pessoais, ele sabia que podia contar com a presença e as bênçãos do Pai. Também sabia que a oração pelos inimigos seria ouvida.

Ele sabia que o Pai poderia tê-lo poupado daquela injustiça. Aliás, sendo a segunda pessoa da Trindade, podia ter escolhido descer da cruz. Mas se salvar dessa maneira não fazia parte dos planos firmados na eternidade. Sendo assim, ficou satisfeito em dizer "Pai", apesar de seus direitos pessoais terem sido insolentemente ignorados e de insultos terem sido proferidos contra ele. Esses sofrimentos não ocultaram a face daquele a quem ele queria agradar.

Dizemos a nós mesmos que pai algum seria mero espectador enquanto o filho estivesse sofrendo injustamente. Mas o Pai de Jesus Cristo ficou firme ao presenciar a mais absoluta perversidade. Cristo sabia que podia confiar no Pai, mesmo quando a maldade parecesse fora de controle.

Palavras de perdão saíam de seus lábios enquanto os pregos eram cravados em seu corpo, quando a dor era mais intensa, quando a aflição era mais aguda. Ele orou enquanto a cruz era baixada no buraco com um tranco. Foi nesse momento, em que os nervos ainda estavam extremamente sensíveis e a dor era inconcebível, que ele, vítima do maior crime da história, orou pelos criminosos.

O cálice havia sido entregue a Jesus pelo seu Pai e consistia na tarefa de comprar "para Deus gente de toda tribo, língua, povo e nação" (Ap 5.9). Isso significava que o Filho seria cruelmente crucificado e se tornaria "pecado" por toda a humanidade. Ele beberia do cálice do sofrimento até o fim. O cálice compraria o perdão para aqueles por quem ele agora orava.

Será que podemos dizer "Pai" enquanto estamos sendo crucificados? Será que podemos orar pelo perdão dos que estão tentando nos destruir? Será que temos fé suficiente para deixar o juízo nas mãos de nosso Pai celestial?  "Amados, nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus à ira, pois está escrito: 'Minha é a vingança; eu retribuirei, diz o Senhor'" (Rm 12.19).
Na cruz, vemos o autocontrole do Homem que tinha o poder de destruir, mas, em vez disso, optou pelo perdão. Nessas palavras, está a esperança de nossa salvação. Então, acheguemo-nos para escutar mais atentamente o que está sendo dito. Talvez escutemos nosso nome sendo mencionado na súplica.

1.     UMA SÚPLICA POR PERDÃO

Cercado pelo escárnio e enfraquecido pela perda de sangue, seus lábios apenas se moviam. O que ele estava tentando dizer? Estaria gemendo de dor? Estaria murmurando palavras de autocomiseração? Ou estaria amaldiçoando os que o crucificaram? Não, ele tinha uma palavra de perdão para seus inimigos: "Pai, perdoa-lhes...". 

Ele levou o pecado de muitos, e pelos transgressores intercedeu" (Is 53.12). Ele orou em voz alta para que soubéssemos que estávamos incluídos na oração.

A oração iniciada naquela noite continuou na cruz, e ainda hoje ele se encontra à direita do Pai, intercedendo por nós. Esteja certo de que ele nunca se esquecerá de nós.

Passemos à frase seguinte da oração: "Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo" (Lc 23.34).

1.1.   Eles ignoravam o delito que estavam cometendo? É lógico que não!

  •    Judas sabia que havia traído o amigo;
  •    Pilatos sabia que havia condenado um homem inocente;
  •    O Sinédrio sabia que havia subornado testemunhas falsas para sustentar as acusações.
Nenhum deles ignorava os crimes dos quais eram culpados, mas ignoravam a monstruosidade de seus crimes. Por alguma razão, não sabiam que estavam crucificando o Filho de Deus.

Se eles soubessem o que agora está claro, teriam reconhecido Jesus como o Messias, o Senhor da glória. Estavam conscientes do que haviam feito, mas não de tudo que haviam feito.

"Todo aquele que pecar com atitude desafiadora [...] insulta o Senhor, e será eliminado do meio do seu povo" (Nm 15.30). O tal pecado de natureza é especialmente perverso, pois, cometido conscientemente, é voluntário e subversivo. Obviamente, havia diversos graus de responsabilidade, visto que o povo possuía variados níveis de conhecimento. Para alguns, a rejeição a Cristo foi uma desobediência voluntária.

"Quando alguém cometer um erro, pecando sem intenção [...] trará ao Senhor um carneiro do rebanho..." (Lv 5.15). Não nos esqueçamos do fato de que até mesmo os pecados cometidos na ignorância precisam de perdão. Jesus não disse: "Eles não sabem o que estão fazendo, por isso deixe-os ir em paz".

Os pecados cometidos na ignorância, ainda assim, são pecados. Você alguma vez avançou o sinal vermelho "por ignorância"? A ignorância não é desculpa em nossa sociedade e também não é desculpa na presença de Deus. Além do mais, os que crucificaram a Jesus deveriam saber disso — e saberiam, se não tivessem medo da verdade.

Certamente, o pecado demonstra nossa ignorância. Não temos ideia da grandeza de nosso pecado porque não compreendemos a grandeza de nosso Deus. Mas, hoje em dia, temos menos desculpas que em qualquer outra época. Não temos nenhuma razão para dar as costas ao Salvador, que nos deixou testemunhos óbvios de sua autenticidade.

2.     A RESPOSTA À ORAÇÃO DE JESUS

2.1.   Essa oração foi respondida? Tenho certeza de que Jesus recebia absolutamente tudo que pedia. Ao contrário de nós, o Filho sempre conheceu a vontade do Pai, de modo que sempre agradava ao Pai dar tudo que seu amado Filho lhe pedia. Foram perdoados todos por quem Jesus orou. É claro que não quero com isso dizer que todos os envolvidos na crucificação foram perdoados. Muitos morreram em seus pecados, mas aqueles por quem foi feita a oração receberam o perdão.

Nesse ponto, a vingança de Deus foi retirada, para que o perdão pudesse vir da mesma pessoa que orou por isso. Na verdade, Jesus estava orando para que sua morte fosse eficaz sobre quem devia ser.

Por incrível que pareça, Pedro acreditava que elas ignoravam a total extensão da própria culpa. Ouçam a pregação: "Vocês mataram o autor da vida, mas Deus o ressuscitou dos mortos [...] Agora, irmãos, eu sei que vocês agiram por ignorância, bem como os seus líderes" (At 3.15,17).

Medite sobre a misericórdia divina! Deus não responsabilizou aqueles criminosos pela morte de seu amado Filho! Vários deles proclamaram: "Que o sangue dele caia sobre nós e sobre nossos filhos!" (Mt 27.25), significando que assumiriam a responsabilidade pela morte de Jesus pelas gerações futuras. Mas na soberana graça de Deus, o sangue de Cristo foi, em vez disso, aplicado sobre o coração deles! Será que Deus perdoou essas pessoas sem que tivessem pedido perdão? Não! A oração não foi feita a favor dos que não queriam ser perdoados, mas dos que buscaram o perdão.


3.     RESPOSTAS ÀS NOSSAS DÚVIDAS

3.1.   Existem pecados "imperdoáveis"? A resposta é não, pois, se até mesmo o assassinato do Filho de Deus foi "perdoável" para os que buscaram o perdão, logo, todos os pecados são perdoáveis.

Mas o que o homem não pode perdoar, Deus pode. A cruz pode reparar o irreparável.

Não existe pecado imperdoável para os que se achegam a Cristo em busca de perdão. Mas para os que o rejeitam, todos os pecados são imperdoáveis.

A oração de Jesus foi respondida, porque a cruz é o próprio Deus nos substituindo. Ele, que não precisava de perdão, morreu por todos, e, não fosse pela morte dele, estaríamos condenados.

Ele nos perdoa por misericórdia imerecida para conosco, cuja correta punição seria o inferno. A cruz é a ponte de amor do Redentor. Nela, atravessamos o abismo que nos separa de Deus, que graciosamente providenciou o perdão para os que creem. Se não entendermos isso, não compreenderemos o Evangelho.

3.2.   Devemos orar pelos que não pedem nosso perdão? Sim, Jesus orou pelos seus inimigos antes que eles se tornassem amigos. Não sabemos se irão buscar o perdão de Deus ou o nosso perdão, caso tenham errado conosco. Ainda assim, Jesus ensinou aos seus discípulos: "Orem por aqueles que os perseguem" (Mt 5.44). Essas são as orientações de Cristo para quando nossos inimigos fizerem conosco o que fizeram com ele. Podemos orar como Jesus: "Perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo", mas diferentemente dele, não sabemos como nossa oração será respondida.

3.3.   Devemos perdoar todos os que nos pedem perdão? E, mesmo quando duvidamos da sinceridade, podemos acreditar em suas razões? A resposta é sim, pois não podemos ver o coração humano. Toda a nossa vida deve ser caracterizada pelo arrependimento. "Se o seu irmão pecar, repreenda-o e, se ele se arrepender, perdoe-lhe. Se pecar contra você sete vezes no dia, e sete vezes voltar a você e disser: 'Estou arrependido', perdoe-lhe" (Lc 17.3,4).
  
“Jesus cancelou todo o ódio por seus agressores. Rasgou a “duplicata” da arrogância, prepotência e orgulho dos homens que o feriram. Nós muitas vezes abandonamos aquele que nos magoam, mais Ele jamais os abandona. Todos estão aptos a ser seus amigos.”[iii]
O primeiro brado da cruz ecoa a única palavra sem a qual não podemos ser salvos: perdão.Tanto naquela época quanto agora, ele é livremente concedido aos que o recebem humildemente. Afortunadamente, a morte de Jesus fez que a resposta a essa oração se tornasse uma realidade.

“Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo. 3.16)





José Ricardo Matos

Seu pastor e amigo!





[i] Todas as referências bíblicas são extraídas da NVI
[ii] CURY, Augusto. O MESTRE DA VIDA. Rio de Janeiro – Sextante, 2006. p.90
[iii] Ibid. p.106

RECURSOS
O mestre do amor - Augusto Cury (Editora Sextante)
Os Brados Da Cruz - Erwin Lutzer (Editora Vida)
Seis horas de uma sexta-feira - Max Lucado (Editora Vida)
O Mais Humano de Todos os Homens - GUILHERME CAPANEMA (Ed. do Autor)

segunda-feira, 5 de abril de 2010

DEUS, A MÚSICA, O MÚSICO, O PASTOR E A APLICAÇÃO NA VIDA DA IGREJA.

“Mas agora tragam-me um harpista”. Enquanto o harpista estava tocando, o poder do SENHOR veio sobre Eliseu, e ele disse: “Assim diz o SENHOR: Cavem muitas cisternas neste vale.Pois assim diz o SENHOR: Vocês não verão vento nem chuva; contudo, este vale ficará cheio de água, e vocês, seus rebanhos e seus outros animais beberão”. II Reis 3:15-17

Uma música sem gritaria, sem melancolia e nem tão pouco com emocionalismo, mais inspirada pelo Espírito Santo, ela nos conduz a uma verdadeira adoração.

Esta semana estava lecionando a lição de número 6 da revista “Palavra & Vida” e como parte do texto lido está um trecho onde o profeta Eliseu, faz uso da música durante um momento profético. (2 Reis 3.15). No texto o Harpista, que ao tocar seu instrumento inspirado por Deus, influenciava o profeta Eliseu para profetizar, e assim, abençoar todo um povo com a palavra viva vinda dos céus. Isso me levou a uma reflexão sobre o que tem acontecido em nossas igrejas.

Hoje existe uma falsa ideia de que “Músico” e o “Pastor” não combinam e que o ministério de música é o mais vaidoso de todos os ministérios da igreja. E coisas do tipo... Dentro deste contexto, queria relatar uma experiência aos leitores do blog.

No ano de 2007, mais precisamente em 19 de agosto de 2007, nascia a Congregação Batista em Bosque do Ipê, e como toda missão batista, começava com o mínimo necessário, um dirigente e sua esposa, um pequeno templo, uma sala de aula, uma caixa de som e dois microfones. Lembro-me que no primeiro culto, o irmão Anderson e a irmã Simone,  ambos do ministério de Louvor da Igreja Mãe, foram para ministrar o louvor naquela noite, entre os presentes tivemos outros três irmãos e dois visitantes. Um culto muito agradável, mesmo com pouca estrutura.

Nas semanas seguintes, pude contar com o Irmão Fábio, também músico da igreja, que decidiu auxiliar na Congregação, foi então com um violão e microfone que nos conduzia enquanto cantávamos nossos hinos, na maioria hinos do CC, e como Deus abençoava as vidas presentes, era sensitiva a presença de Deus em nosso meio. Bem parecido com o que fez o harpista na presença do profeta Eliseu, com apenas um simples instrumento e um coração adorador ele favorecia a presença do Senhor sobre a vida do profeta, quantas vezes me senti enriquecido pelos louvores entoados na Congregação, de forma simples, mais sempre muito espiritual.

Claro que aos poucos as coisas foram melhorando, o irmão Fábio treinou a irmã Sara para o vocal, e também conseguiu a companhia de excelente Jovens para tocar contrabaixo (aprendiz), enquanto o Fabio toca o violão (ou guitarra) e controla a bateria eletrônica. Microfones não são somente dois, esse número já dobrou. Mais uma coisa é a mesma, e acredito que isso tem sido a base. O coração humilde e adorador dos nossos músicos. Assim como o harpista, de quem não foi se quer pronunciado o nome, adorava ao Senhor com humildade e sinceridade, assim esses irmãos se dedicam para extrair o melhor e oferecer ao Senhor, fazendo da pequena congregação, uma igreja que adora em espírito e em verdade.

Louvo a Deus pela vida dos irmãos (Fábio, Sara, Jordam e Talita), levitas do Senhor no ministério que Deus me confiou.

Incentivo aos líderes, a criar uma aliança espiritual com seus músicos. Não precisamos viver como rivais, não há beleza e nem progresso nisso, invista relacionamento e discipulado nos músicos e colha os frutos para glória de Deus.

Deixo abaixo mais algumas referências, na Palavra de Deus, do poder da música através da vida de servos piedosos e fiéis cuja inspiração está em Deus.


I Samuel 16:15-23 Davi expulsando um espírito mau, que fora enviado para atormentar Saul, apenas pelo toque ungido do seu instrumento

Atos 16:25-26 - As cadeias e grilhões que prendiam Paulo e Silas são desfeitas mediante o cântico inspirado em Deus e em suas promessas

Deus abençoe os verdadeiros músicos cristãos e nossa liderança, para compreender o que essa ferramenta (música) representa para o Senhor.

Em Cristo,
José Ricardo Matos
Seu pastor e amigo!

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More