quarta-feira, 30 de novembro de 2011

PRIMEIRO, LINCHE



    Edmilson, 60 anos incompletos, experiente motorista de ônibus, atropelou algumas pessoas.
   Ao seu lado, um amigo percebeu o que ocorrera e puxou o freio de mão. Evitou assim tragédias maiores.
Uma colega, ao seu lado, percebeu que Edmilson estava passando mal e precisava de socorro, mas, antes do socorro, um grupo invadiu o ônibus que dirigia, arrastou-o para fora a bofetões para o linchar.
  Não adiantou que alguns gritassem para contar que o motorista não estava bêbado e nem dirigia em alta velocidade.
Para os vizinhos, ele estava bêbado, ele dirigia embriagado, ele merecia morrer.
   Mataram a socos, pedradas, extintores de incêndio e pedaços de pau um homem, cujo maior defeito, segundo um dos seus filhos, era trabalhar muito.
   No dia seguinte, certamente muitos que o empurraram para fora ou procuraram objetos para lançar contra ele ou levaram suas mãos para o linchar, refletiram sobre seus gestos e viram como foram injustos e cruéis.

Tarde demais.

Quando julgamos o outro, sem o ouvir, nós o matamos.

Quando precipitamos atitudes, sem pensar, nós podemos nos tornar homicidas. Se nos arrependermos, será tarde demais.

Desejo-lhe um BOM DIA.
Israel Belo de Azevedo
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